Entendendo a Estimulação Cerebral Profunda (DBS) e suas indicações

Ana Rosa • 12 de julho de 2024

O que é a Estimulação Cerebral Profunda (DBS)?


A estimulação cerebral profunda é um procedimento avançado que envolve a colocação de um eletrodo em áreas específicas do cérebro para estimular com corrente elétrica. O eletrodo, conectado a um gerador, envia impulsos elétricos através de um cabo até a área cerebral selecionada. Este processo é capaz de melhorar significativamente os sintomas de diversas doenças neurológicas. Para entender mais sobre como essa técnica inovadora pode beneficiar pacientes e quais condições podem ser tratadas, continue lendo.


Indicações para a Estimulação Cerebral Profunda


Doenças Neurológicas

A terapia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) está bem estabelecida há quase 30 anos. A primeira aprovação para seu uso foi para tremor essencial em 1997, seguida pela aprovação para doença de Parkinson e distonia. Aproximadamente 200 mil pessoas ao redor do mundo já foram beneficiadas por essa terapia, e esse número continua crescendo! Atualmente, também é utilizada para epilepsia.


Embora a terapia de DBS não cure certas doenças e elas continuem a progredir, especialmente no caso da doença de Parkinson, ela
proporciona uma melhora significativa nos sintomas dos pacientes e, muitas vezes, permite a redução das medicações.


Outras Condições

Há vários estudos sobre o uso do DBS em condições psiquiátricas como a depressão, transtorno obsessivo-compulsivo e AVC. Também alguns grupos estão tentando descobrir se há benefício do seu uso em outras condições neurodegenerativas, como na doença de Alzheimer. 

Como é Realizado o Procedimento de DBS?


O procedimento de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é realizado através de uma neurocirurgia. O eletrodo de DBS é um dispositivo pequeno e altamente preciso que precisa ser colocado em uma área específica do cérebro. Por isso, a cirurgia é realizada com extremo cuidado, utilizando diversos aparelhos auxiliares para garantir a colocação correta do dispositivo, o que é crucial para a melhora do paciente.


Além do eletrodo inserido no cérebro, há um
gerador de pulsos elétricos que é implantado no tórax do paciente. Este gerador envia energia elétrica armazenada para os eletrodos através de um cabo que conecta os dois dispositivos, percorrendo do tórax até o crânio.


Benefícios e Riscos do DBS


Benefícios

O DBS oferece uma terapia contínua e estável, não sujeita a interferências de fatores incontroláveis, como a absorção de medicamentos ou o hábito intestinal do paciente. Um dos grandes diferenciais do DBS é a possibilidade de ajustar o impulso elétrico de acordo com o lado do corpo mais afetado, algo que não é possível com medicamentos. Além disso, pode reduzir a necessidade de medicações em casos de distonia, tremor essencial e Parkinson.


Riscos e Efeitos Colaterais

Como qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia de DBS apresenta alguns riscos. As principais complicações são hematoma intracraniano e infecção, ocorrendo em aproximadamente 1% e 2% dos casos, respectivamente. Os efeitos colaterais do DBS podem estar relacionados ao posicionamento do eletrodo, por isso, durante a cirurgia, são utilizadas várias ferramentas para garantir a colocação precisa do eletrodo.


Possíveis efeitos colaterais incluem piora da fala, sensação de repuxamento no rosto ou nos membros, e quadros psiquiátricos, como impulsividade. O acompanhamento contínuo e a programação adequada da estimulação do DBS são realizados por um neurologista especialista para maximizar os benefícios e minimizar os efeitos colaterais.


Perguntas Frequentes


Quais são as condições mais comuns tratadas com DBS?

Doença de Parkinson, tremor essencial, distonia e epilepsia.


O DBS é eficaz para todos os pacientes com Parkinson?

Não. Nem todo paciente com Parkinson vai se beneficiar da cirurgia de DBS, estima-se que cerca de 15-20% dos pacientes com doença de Parkinson terão benefício da cirurgia.


Como é o processo de recuperação após a cirurgia de DBS?

A cirurgia de DBS tem uma recuperação tranquila. Após o procedimento cirúrgico, o paciente permanece sob vigilância intensiva e após vai para o quarto durante a internação no hospital para receber os antibióticos e realizar uma tomografia que mostrará se ocorreu alguma complicação durante a cirurgia.


Quais são os principais riscos associados ao DBS?

Como toda cirurgia, há o risco de infecção e sangramento durante o procedimento, porém isso ocorre em média em 2% dos casos.


Quanto tempo dura o DBS?

A duração da bateria vai depender do quanto de energia que é utilizado, porém em média os dispositivos não recarregáveis duram de 3 a 5 anos. 


Conclusão

A estimulação cerebral profunda possibilita melhora da qualidade de vida de vários pacientes! Sua utilização há mais de 3 décadas proporciona cada vez mais resultados e conhecimento sobre seus benefícios. O mais importante é a seleção correta do paciente e realização do procedimento cirúrgico adequado para que o paciente possa se beneficiar da terapia sem os efeitos colaterais.

Estimulação Cerebral Profunda (DBS) em São Paulo


Se você está à procura de um médico com experiência em DBS, sou a Dra. Ana Rosa, neurologista com foco em doença de Parkinson, Tratamentos Minimamente Invasivos e DBS. Com uma abordagem empática e baseada em evidências, me dedico a oferecer aos meus pacientes cuidados de alta qualidade, focados não apenas no tratamento dos sintomas, mas na busca pela melhoria contínua da qualidade de vida.


Entre em
contato e continue aprendendo no meu blog.


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