Com o aumento constante na incidência da doença de Parkinson nos últimos anos, surge a necessidade de compreender os fatores que contribuem para o seu desenvolvimento. Entre esses fatores, destacam-se diversas condições de saúde que têm sido associadas a um maior risco de desenvolver a doença. Neste contexto, o diabetes mellitus emerge como um dos fatores de risco mais significativos para o desenvolvimento da doença de Parkinson. Continue lendo o conteúdo para entender a relação entre essas duas doenças.
Hoje sabemos que pacientes diabéticos têm uma chance 30% maior de desenvolverem Parkinson. Não apenas isso, mas pacientes com Parkinson que desenvolvem diabetes apresentam pior resposta às medicações e uma progressão mais rápida da doença, além de apresentarem sintomas mais incapacitantes, como alterações cognitivas e posturais.
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Fatores de risco para Parkinson
Vários estudos têm mostrado essa associação, inclusive um estudo publicado em 2023 na revista Movement Disorders mostrou que os pacientes que apresentam maior duração do diabetes e início mais precoce, também a presença de complicações decorrentes do diabetes, como nefropatia e retinopatia, são os indivíduos que têm maiores chances de desenvolver doença de Parkinson.
As duas doenças apresentam alguns mecanismos fisiopatológicos em comum, como a disfunção mitocondrial, a inflamação sistêmica crônica e alterações da microcirculação. Além disso, a resistência insulínica periférica está diretamente relacionada com a disfunção que ocorre no diabetes; no caso da doença de Parkinson, vários estudos têm demonstrado uma resistência insulínica cerebral. Essa resistência parece estar envolvida não só no Parkinson, mas também em outras doenças neurodegenerativas, como na doença de Alzheimer.
Vários estudos clínicos estão sendo feitos para tentar descobrir se as medicações utilizadas para o diabetes têm algum efeito benéfico nos sintomas do Parkinson. O estudo mais recente sobre o assunto foi publicado na revista New England Journal of Medicine em abril de 2024.
O estudo denominado LIXIPARK avaliou a medicação agonista GLP1 lixisenatida em pacientes com doença de Parkinson. O estudo demonstrou que pacientes que utilizaram a medicação tiveram o seu score UPDRS III, uma escala utilizada para avaliar os sintomas do Parkinson, estável após 12 meses de tratamento. Enquanto que o grupo que não utilizou a medicação teve um aumento de 3 pontos nessa escala.
O bom controle do diabetes interfere no manejo clínico dos sintomas dos pacientes com doença de Parkinson. Sabemos que, nesses pacientes, devemos tentar um controle mais rigoroso de parâmetros glicêmicos, como a hemoglobina glicada. Para isso, além do controle nutricional e da prática de exercícios, as medicações para diabetes tem seu papel nesse manejo
Quem tem diabetes pode ter Parkinson?
Um menor percentual de pacientes com diabetes desenvolve Parkinson. Porém, sabemos que a diabetes hoje é fator de risco para o Parkinson.
O que pode piorar a doença de Parkinson?
Pacientes que fazem uso irregular das medicações, não realizam exercícios e terapias de reabilitação, além de controle inadequado de pressão alta, diabetes e colesterol.
Quem tem tendência a ter Parkinson?
Não sabemos exatamente o que causa a doença de Parkinson. Porém há fatores de risco conhecidos como a exposição a pesticidas e trauma intracraniano.
O diabetes tipo 2 pode aumentar o risco de desenvolver a doença de Parkinson?
Sim. Estima-se que os pacientes diabéticos têm 30% de chance a mais de desenvolver Parkinson comparado a pessoas sem a diabetes.
Pacientes com doença de Parkinson têm maior probabilidade de desenvolver diabetes?
Os pacientes com Parkinson podem apresentar um aumento da resistência insulínica cerebral, porém não há aumento da resistência insulínica periférica.
O manejo da insulina pode influenciar a função cerebral em pacientes com Parkinson?
Sim. O manejo do diabetes deve ser uma das metas do tratamento dos pacientes com Parkinson. Isso irá influenciar a resposta às medicações e melhor controle dos sintomas.
Existem biomarcadores que podem indicar um risco elevado de desenvolver Parkinson em indivíduos com diabetes?
Até o momento não existem exames que possam identificar quais pacientes com diabetes têm maior predisposição para o Parkinson. Porém, os estudos mostram que pacientes com maior tempo de doença e com complicações do diabetes têm maior risco.
O diabetes hoje é um fator de risco para o Parkinson e o não controle dessa condição também interfere nos sintomas motores e não motores da doença.
Entretanto, ainda não sabemos se as medicações disponíveis hoje para o diabetes desempenham alguma função no Parkinson. Vários estudos ainda precisam ser realizados para tentar definir se há uma menor progressão da doença com o uso dessas medicações, porém é um tema com grandes expectativas para os próximos anos.
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Se você está à procura de ajuda médica, sou a Dra. Ana Rosa, neurologista com foco em doença de Parkinson, Tratamentos Minimamente Invasivos e DBS. Com uma abordagem empática e baseada em evidências, me dedico a oferecer aos meus pacientes cuidados de alta qualidade, focados não apenas no tratamento dos sintomas, mas na busca pela melhoria contínua da qualidade de vida.
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